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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Relatório Projeto Integrador - Terceiro Período

RELATÓRIO INTEGRADOR - TERCEIRO NOTURNO/ ALTERNATIVO

O relatório embasou-se em respostas oferecidas por funcionários ou representantes diretos da gestão de cada município, a exemplo de prefeitos, vice-prefeitos, controladores internos e chefes de gabinete. Ambos os entrevistados exercem funções de relação imediata ao órgão central da administração pública, variando em idades (Entre 34 a 43 anos), contudo, um deles não possui formação superior, bem como outro possui formação diversa daquela função que desempenha. Ademais, embora grande parte dos entrevistados tomaram demasiado tempo para a realização de tal pesquisa, esta foi entregue em tempo hábil.
Conforme o teor dos dados obtidos, nota-se que os municípios, de modo geral, apresentam dificuldades quanto à redução de repasses dos governos federal e estadual, mediante as quais estes adotam típica medida de controle mais rígido de gastos e elevação de alguns impostos. Apenas um dos entrevistados revelou que por conta do exercício de planejamentos falhos e firmação de contratos desnecessários representa o principal fator que prejudica o orçamento municipal.
Quanto à relação administração-população, a pesquisa apresenta depoimentos distintos, sobretudo perante a diversidade de meios com os quais a população municipal expressa seus anseios mediante a gestão, tais como pesquisas, conferências e audiências, redes sociais ou simplesmente sugestões diretas em órgãos da administração. Num dos municípios pesquisados, contudo, o entrevistado ressalta o distanciamento da gestão mediante a sociedade civil, bem como as principais demandas da mesma, a saber:
A atual administração se distanciou da população ouvindo somente seu secretariado e assessoria descomprometidos com as necessidades e anseios da população. A população clama por melhorias sanitárias, melhorias das estradas vicinais melhores meios de transportes escolares e principalmente melhoria no setor da saúde junto ao hospital Luis Eduardo Magalhães. (PI, 2015)
Os entrevistados dividem-se quanto à posição do executivo frente ao legislativo, sendo que em dois locais foi reconhecida a “aspereza” presente entre tais poderes, bem como nos demais a “boa relação” entre os mesmos é justificada mediante a rápida aprovação de projetos de leis; “O executivo e o legislativo tem uma boa relação e dependendo da necessidade de projetos os mesmos são aprovados rapidamente.” (PI, 2015), conforme admite um dos entrevistados. Tal fato evidencia-se diante da negativa quanto à existência de procedimentos disciplinares, uma vez que apenas um dos municípios apresentou tal ocorrência.
Nota-se que os projetos de infraestrutura urbana, relatados em três municípios limitam-se a construções de locais públicos e melhorias de estradas, sobretudo quanto ao caráter ainda “em andamento” de tais obras, já em períodos finais da gestão: “Praça pública em construção, campo de futebol em construção, quadra coberta em povoados e sede do município” (PI, 2015). Quanto às formas de contratação de serviços, ambos os entrevistados reconhecem a licitação como o modo pelo qual tais serviços são contratados, sendo que apenas um dos mesmos reconheceu também concursos e terceirizações como presentes na administração daquele município.
No que diz respeito à existência de ações judiciais contra a administração municipal, nota-se que ambos os municípios relatam ações cíveis, trabalhistas e administrativas, bem como a cessão de crédito e diminuição de tributos quanto à instalação de empresas, a fim de elevar a disponibilização de emprego. Contudo, um dos entrevistados relatou a dificuldade de planejamento e denotou descompromisso do poder executivo quando cita que:
O atual prefeito municipal encontra-se entre os 09 prefeitos mais processados do Estado da Bahia onde responde por 179 procedimentos judiciais como ações civis públicas e ações penais públicas, ações populares, entre outras cujos bens estão indisponíveis através de decisão judicial. As ações são de natureza civil e penal que envolve improbidade administrativa malversação de dinheiro público, crimes de responsabilidade, formação de quadrilha, etc. (PI, 2015)
Por fim, apenas um dos entrevistados reconhece a inexistência de publicidade quanto a realização de orçamentos, bem como a distância da população em tal processo; Os demais reconhecem a elaboração de estudos frente a realidade, participação da própria população e técnicos para a formulação de tal projeto de suma importância ao município.

Foi possível detectar que há dissonância entre as situações observadas e àquilo almejado pela legislação; A maioria dos entrevistadores relataram a excessiva demora dos entrevistados para responder uma quantidade mínimo de questões, bem como a dificuldade de encontrar e estabelecer diálogos com os representantes políticos das referidas localidades, evidenciando assim a ausência e/ou escassa publicidade e vínculo para com a sociedade civil. Ademais, nota-se que, embora ocupasse importante cargo na administração municipal e fosse graduado, um dos entrevistados manteve-se a explanações superficiais do que fora perguntado, dificultando assim a análise frente ao local o qual este representou. Conclui-se, portanto, que embora muito tenha sido dito explanado pelos entrevistados, há muito o que se melhorar na disponibilidade e acesso à informação nos referidos municípios. 

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